quinta-feira, 12 de junho de 2014



Coisa que você não sabe e por isso que vale a pena. Ganhei um livro a um tempo atrás de um amigo e isso me deixou feliz. Feliz também estava quando perdi o pé direito do meu sapato preferido. Então volte um pouquinho no tempo e veja aquela tarde em que estavam os seus amigos, que após um banho de rio sentaram em cima de uma lona amarela, riram, comeram e jamais voltaram lá. Regresse até a madrugada sentados na calçada da cidade vizinha e da parada no meio do caminho para quase cair de um penhasco. Volte ainda mais, volte naquela rua onde a louca da sua amiga gritou para o rapaz bonito que passava por lá. Viaje até aquela noite no parquinho onde vocês furaram o compromisso na igreja pra terminar a noite dentro de um carro jogando conversa fora, após o carro ficar sem bateria na beira da "prainha". Caminhe nessa linha do tempo. Vá a diante, para frente e para trás. Corra para aquele momento em que deixaram seu amigo sozinho no cemitério cantando e sem entender nada. Volte, mas não tente busca-lo no mesmo dia que abandonaram ele no mirante, porque se não perderia a cena de vê-lo com o corpo fora do carro mostrando os dedos (feios) numa pista de três faixas.  Passeie pela casa daquele mesmo rapaz que você fez nós nas mangas das camisas e depois tomou o iogurte dele e guardou os potinhos sujos na geladeira. Vá para final de novembro. Onde era madrugada e ele lhe dizia: você com sono é mais louca ainda. Mais atrás, reconheça o rosto daquele moço que você deu um CD que nem seu era e de todas as risadas que deram com "os perdidos de Curitiba". Não esqueça de dar uma passadinha para ver seu amigo colocar os óculos escuros que antes foi posto no traseiro do cachorro.  Falando em cachorro, Regresse até encontrar o dia que quase matou seu outro amigo, quando tentou se defender do cachorro imprensando sua cabeça na porta do carro. Passe bem rapidinho, mas bem rapidinho mesmo, por aquele momento: vem pro meu mundo. Passou bem rápido que quase ia esquecendo de lembrar da rodinha de amigos no interior Caroveira, que medo e que susto. Mas não vamos falar de assombração que você irá lembrar da provocação que foram fazer lá no Contestado e da sacolinha que na verdade você sempre soube que era uma assombração. Então descanse um pouco na lembrança da casa do seu amigo que casou a pouco tempo, lá naquela casa que você disse que ele iria vender pra você. Corra no tempo e vá para o primeiro do ano, assista mais uma vez o único filme que viram até o sol nascer para ver se prestou a atenção no final.  Volte e veja em replay as duas vezes que você cortou a frente da combi. E se preciso for admita que vocês entraram na lanchonete só pra usar o banheiro. Caminhe sobre tuas lembranças. Pare no posto tomar um café e ganhar o abraço mais apertado que ganhou. Recorde que você sempre ia dormir quatro, cinco horas da madrugada e levantava as sete e meia pra ir trabalhar, e que mesmo assim você acordava muito feliz e sem reclamar. Volte para as vezes que saiam pra tomar seis milk shakes numa tarde apenas. O nosso sonho não acabou. As fotos do rio Irani ainda estão aqui. E seus amigos também. Corra imediatamente para aquele congresso de jovens que teve um final feliz, o pregador cantou o que tanto ensaiamos. Vai lá e tira o amigo secreto feito na loja. Lembrou né. Corre passar a noite no hospital por que ele não podia comer camarão. E volte pra dar um OI FAMILIA. Volte, mas não faça isso o  tempo todo.









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