Tudo estava bem, ocorrendo conforme as expectativas até a brilhante ideia de colocar o filme: A culpa é das estrelas. A gente sabia que o "chão" não era firme, que as lembranças e os sentimentos misturados continuavam imaturos e a flor da pele. Não teve como evitar as lágrimas e a sensação tão dolorida da angústia apertando a garganta e espremendo o peito. Não era saudade. Era um medo misto com ansiedade. Tudo mudou, aquilo que era certo já não fazia mais questão de parecer lógico e aquela ausência fez-se mais presente do que qualquer palavra que parecia convicta. Era voltar para onde nunca se quis, era possuir na íntegra a incerteza de tudo que fomos sem esconder a estranheza dos meus atos de aí por diante.
Ela também tomada por lembranças diferentes das minhas, mas marcada por algum amor aí prendeu o choro. Duas dores, duas angustias, eu não sei ao certo como ela se sentia, mas sabia que assim como eu, queria ter corrido para perto de quem nos fez ficar em tal estado. Foi então que caminhamos para a sacada do apartamento dela - as quatro da madrugada - e gritamos. Simplesmente gritamos. Gritamos enquanto a cidade dormia, gritamos no coração da mesma. Ecoou o som da angustia, das lágrimas derramadas, da vontade que não possuía permissão de ter o que nos feria. Gritamos como duas malucas. Concluía que Renato tinha razão quando cantava: "Disseste que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes. Teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira." e que apesar de libertar a voz do sentimento ainda estava presa pelas consequências de um passado sem compreensão. Att: Dona do blog
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